A primeira metade de 2025 trouxe sinais claros de que o mercado global de carvão está entrando em um novo ciclo. Após um período de crescimento acelerado pós-pandemia e um pico histórico em 2024, tanto a demanda quanto a produção mundial começam a dar sinais de estabilização. Para empresas que atuam na cadeia de reciclagem, como usinas, fundições e o próprio comércio de sucatas, essas mudanças não são apenas números distantes, elas influenciam diretamente a dinâmica dos preços dos insumos, da energia e da competitividade industrial.
Estabilidade aparente, tensões reais
Segundo a IEA, a demanda global por carvão cresceu 1,5% em 2024, chegando a 8,79 bilhões de toneladas, o maior volume da história. No entanto, o crescimento tem desacelerado ano após ano: 7,7% em 2021, 4,4% em 2022, 2,3% em 2023 e agora quase nulo em 2025, com previsão de queda leve para 2026.
A principal razão dessa estabilidade aparente está nas forças opostas entre as regiões: China e Índia, tradicionalmente os maiores consumidores, reduziram levemente suas demandas, enquanto Estados Unidos e União Europeia aumentaram o uso do carvão por causa de preços elevados do gás e baixa geração de energia renovável no primeiro semestre do ano.
Essa troca de forças mostra como o carvão segue sendo um componente crítico do sistema energético global e também o maior emissor de CO₂ do setor energético. Para quem atua com reciclagem, isso impacta tanto na matriz energética das indústrias consumidoras quanto no ritmo de produção de aço, que influencia diretamente o preço e a demanda por sucatas ferrosas.
Produção em alta, mas o mercado não acompanha
Apesar da demanda morna, a produção global de carvão segue subindo e deve alcançar novo recorde em 2025, ultrapassando 9,2 bilhões de toneladas. China e Índia continuam produzindo em ritmo acelerado como estratégia de segurança energética. Mesmo com estoques elevados e preços em queda, ambos os países evitam depender de importações.
O excesso de oferta tem mantido os preços internacionais pressionados. Em junho de 2025, o carvão térmico sul-africano, australiano e indonésio era negociado abaixo de US$ 100 por tonelada – o menor valor desde 2021. Essa queda afeta os custos energéticos de diversos setores, inclusive os metalúrgicos, que podem, por sua vez, reduzir sua demanda por insumos recicláveis em função da competitividade do carvão mineral.

Impacto direto na sucata metálica
Para a cadeia de reciclagem, essas tendências representam um alerta estratégico. A redução da atividade siderúrgica em países como Japão, Coreia do Sul e União Europeia tende a reduzir a demanda por sucata de ferro e aço, especialmente a de origem industrial. Além disso, o menor ritmo de crescimento na construção civil e infraestrutura impacta diretamente os volumes de metais reaproveitados.
Por outro lado, mercados como Vietnã e Indonésia mostram aumento na demanda por carvão, puxado pela expansão de usinas termelétricas e indústrias de fundição, o que pode abrir espaço para exportação de resíduos metálicos, especialmente aqueles com especificações compatíveis com seus processos industriais.
Comércio internacional desacelera
A movimentação internacional de carvão também deve diminuir. Depois de bater recorde em 2024 com 1,55 bilhão de toneladas, o comércio global deve cair em 2025 e novamente em 2026. A principal razão é a autossuficiência crescente da China e da Índia, que estão reduzindo suas importações.
Menos comércio significa menor demanda logística global, inclusive para portos, ferrovias e sistemas integrados onde há intersecção com o transporte de sucatas. Isso pode significar tanto menos competição por infraestrutura logística quanto queda no volume de movimentações gerais nos polos industriais.
Preços sob pressão e incertezas
Os preços do carvão seguem pressionados para baixo, inclusive pela forte valorização do rublo russo e os efeitos das sanções. A própria Rússia, um dos grandes exportadores, enfrenta margens apertadas. Empresas como a Glencore anunciaram cortes de produção.
Esse ambiente de preços baixos e margens pressionadas também afeta os demais mercados de energia e metais. Em especial, quando o carvão térmico e o gás natural ficam mais baratos, muitas fundições e indústrias priorizam matérias-primas primárias, em detrimento da reciclada, pressionando o preço da sucata.
O papel da Sulfermetal nesse cenário
Diante de um mercado internacional cada vez mais instável, é essencial que fornecedores de sucata busquem parceiros sólidos, com visão estratégica e capacidade de adaptação. A Sulfermetal se destaca exatamente por isso. Atuamos com foco em agilidade, atendimento personalizado e, principalmente, compromisso com a rastreabilidade e a sustentabilidade dos materiais.
Enquanto o mercado global oscila, seguimos firmes no propósito de conectar quem gera resíduos metálicos a indústrias que buscam insumos de qualidade e responsabilidade ambiental. Nosso time técnico está preparado para orientar clientes na classificação correta dos materiais, ajudando empresas a reduzir passivos ambientais e aumentar seu retorno financeiro.
Conclusão
O ano de 2025 representa um ponto de inflexão no mercado global de carvão. A estabilização da demanda, aliada à alta produção e à queda do comércio internacional, cria um ambiente complexo, cheio de riscos — mas também de oportunidades. Para os geradores de sucata e empresas que operam na cadeia industrial, acompanhar essas transformações é vital.
Mais do que nunca, estar ao lado de uma empresa como a Sulfermetal pode fazer a diferença entre perder valor ou transformar resíduos em receita. Nosso compromisso é garantir o melhor negócio, sempre com ética, eficiência e visão de futuro.