Segundo a entrevista publicada pelo Estadão, a presidente da Associação Brasileira do Alumínio, Janaina Donas, explica que “a disputa global por sucata é um dos principais entraves” para o avanço da reciclagem nacional. Embora o Brasil tenha reciclado cerca de 645 mil toneladas em 2024, a capacidade instalada supera 1 milhão de toneladas, o que significa que existe espaço para crescer caso haja oferta de material suficiente .
Por que esse movimento global preocupa o mercado brasileiro
A demanda mundial de alumínio está aumentando rapidamente e, por consequência, países como a China passaram a importar mais sucata brasileira. De acordo com a ABAL, “a China está ampliando suas capacidades de reciclagem e importando sucata para atender à demanda” . Esse comportamento internacional cria um efeito direto no mercado interno, já que o Brasil passa a perder competitividade quando exporta um insumo que poderia fortalecer sua própria indústria.
Além disso, quando a sucata sai do país, ela retorna como produto acabado, competindo com a produção nacional. A própria ABAL alerta que “exportar sucata é enviar embora um insumo estratégico essencial para a reindustrialização verde, que depois retorna como produto acabado competindo com a indústria nacional” . Por isso, manter o material dentro do Brasil se tornou uma questão estratégica.
A perspectiva da Sulfermetal: sucata de alumínio como patrimônio industrial
Para a Sulfermetal, essa discussão envolve sustentabilidade, competitividade e autonomia industrial. Atuamos diariamente no elo que conecta grandes geradores a indústrias que dependem de matéria-prima reciclada. Observamos, na prática, que a sucata de alumínio tem valor industrial elevado e influencia diretamente a eficiência da cadeia produtiva.
Quando o material deixa o país, toda a cadeia perde. Há redução da oferta interna, instabilidade de preços e menor previsibilidade para fundições e metalúrgicas. Assim, torna-se mais difícil manter o ritmo de produção nacional, especialmente em um momento em que a economia exige soluções mais sustentáveis.

Um alumínio reconhecido mundialmente
Outro ponto importante da entrevista é o reconhecimento internacional do alumínio brasileiro. O setor utiliza cerca de 90% de energia renovável na produção, o que garante ao país uma das menores pegadas de carbono do mundo. Por esse motivo, a COP-30 representa uma oportunidade relevante para reforçar essa vantagem. Como destaca Janaina Donas, “o setor quer mostrar que o alumínio é parte da solução para a descarbonização global e que o país pode se consolidar como potência em reciclagem e reindustrialização verde” .
Além disso, o Brasil já é referência mundial na reciclagem de latas de alumínio, mantendo índices acima de 95% há mais de 15 anos. Esse é um sinal claro de que a cadeia recicladora nacional funciona bem quando há estrutura, logística e políticas adequadas.
A contribuição da Sulfermetal para a cadeia de reciclagem
A Sulfermetal trabalha para fortalecer a oferta interna de sucata, o que apoia diretamente a indústria nacional. Por isso, nossas operações incluem coleta eficiente, triagem qualificada e atendimento personalizado para metalúrgicas, usinagens e indústrias que utilizam ferro e metais em seus processos.
Também contamos com logística própria e frota preparada, o que garante agilidade e segurança na movimentação do material. Atendemos principalmente o ABC Paulista e o interior de São Paulo, regiões onde conseguimos oferecer melhores condições e maior eficiência.
Assim, ajudamos a manter a sucata dentro do Brasil, o que contribui para abastecer empresas locais, sustentar empregos e impulsionar a reindustrialização verde.
Por que a sucata de alumínio é essencial para o futuro
O alumínio é cada vez mais utilizado em setores estratégicos, como energia solar, transporte elétrico, construção civil de baixo carbono e bens de consumo duráveis. Como o metal é infinitamente reciclável, a sucata se torna um recurso indispensável para atender à demanda crescente desses segmentos.
Entretanto, esse potencial depende da capacidade de manter o material no país. A ABAL lembra que mais de 20 nações já criaram algum tipo de restrição à exportação de sucata, justamente para proteger suas próprias cadeias produtivas. Assim, fica evidente que o Brasil precisa avaliar caminhos semelhantes para garantir competitividade no longo prazo.
Conclusão
A corrida global pela sucata de alumínio é uma realidade. Embora a demanda internacional abra oportunidades, também cria desafios para o mercado brasileiro. Se o país continuar exportando volume excessivo, corre o risco de comprometer sua autossuficiência, perder vantagens competitivas e ficar dependente de produtos acabados importados.
A Sulfermetal acredita que a reciclagem é um vetor essencial para o futuro industrial do país. Ao valorizar a sucata e mantê-la na cadeia interna, fortalecemos a indústria, reduzimos emissões e contribuímos para um modelo de desenvolvimento mais sustentável.
Se a sua empresa gera sucata de alumínio e busca uma operação segura e transparente, nosso time está pronto para ajudar. Transformamos resíduo em valor e valor em competitividade brasileira.
Referência
Entrevista publicada por Eduardo Geraque no Estadão, em 27 de outubro de 2025.
Disponível em: https://www.estadao.com.br/economia/era-do-clima-cop-30-entrevista-presidente-abal-aluminio/