Um alerta silencioso para geradores e compradores de resíduos metálicos
Quando se fala em sucata metálica industrial, o foco costuma estar no peso, no tipo de liga e no valor de mercado. Entretanto, existe um fator crítico que muitos ignoram e que pode gerar problemas ambientais, jurídicos e até de saúde: a contaminação por metais pesados.
Esse assunto é de grande relevância, sendo necessário entender de onde pode vir essa contaminação, quais são os riscos para compradores e geradores, e como prevenir esse tipo de passivo ambiental com práticas seguras de gestão de resíduos.

De onde vem a contaminação por metais pesados?
Nem toda sucata é igual. Em vários processos industriais, metais pesados são usados como aditivos, catalisadores ou surgem como subprodutos inevitáveis. Entre os mais comuns estão:
- Chumbo (Pb) – presente em tintas antigas, baterias, soldas e ligas metálicas;
- Cádmio (Cd) – utilizado em revestimentos anticorrosivos, pigmentos e baterias;
- Mercúrio (Hg) – encontrado em termômetros, lâmpadas e resíduos eletrônicos;
- Cromo (Cr VI) – usado em galvanização e tratamento de superfícies;
- Arsênio (As) – presente em ligas e processos metalúrgicos.
Além disso, a contaminação pode vir do próprio local de armazenamento. Por exemplo, galpões próximos a linhas químicas, pisos com resíduos tóxicos ou equipamentos que usaram fluidos perigosos.
Riscos para o comprador da sucata
Ao adquirir sucata contaminada sem saber, o comprador pode enfrentar sérias consequências, como:
- Multas ambientais – análises posteriores podem detectar metais pesados e levar a autuações ou devolução da carga por usinas e recicladoras certificadas;
- Problemas trabalhistas – funcionários expostos à poeira e vapores tóxicos, especialmente durante corte ou trituração, podem desenvolver doenças ocupacionais;
- Perda de mercado – empresas com certificações ambientais (como a ISO 14001) rejeitam materiais com suspeita de contaminação, reduzindo as chances de venda.
Riscos para o gerador da sucata
As empresas que produzem sucata contaminada também estão expostas a riscos, incluindo:
- Descarte irregular – a Lei nº 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos) responsabiliza o gerador pelo destino correto dos resíduos;
- Danos à reputação – em um cenário cada vez mais orientado por ESG, um laudo negativo pode comprometer contratos e parcerias;
- Custos de remediação – caso a contaminação seja detectada no destino, o gerador pode arcar com a limpeza e tratamento ambiental.
Como prevenir e mitigar o risco
A boa notícia é que existem estratégias eficazes para reduzir o risco e até aumentar o valor de mercado da sucata:
- Segregue corretamente os materiais – mantenha separadas placas eletrônicas, baterias, tintas e peças com solda de chumbo;
- Faça laudos laboratoriais – use métodos como espectrometria, fluorescência de raios-X ou absorção atômica para identificar metais pesados;
- Documente e rastreie – registre a origem e histórico dos equipamentos descartados;
- Escolha parceiros responsáveis – empresas como a Sulfermetal orientam fornecedores e garantem práticas seguras de destinação, com transparência e pagamento justo.
Conclusão: responsabilidade e competitividade
Mais do que o valor por quilo, o que está em jogo é a saúde dos trabalhadores, a responsabilidade ambiental da sua empresa e a viabilidade comercial da cadeia de reciclagem.
Contaminações por metais pesados deixam marcas duradouras no solo e na reputação de quem as negligencia.
Adotar uma gestão preventiva e transparente transforma a sucata de um possível passivo silencioso em um diferencial competitivo.